PONDO O LIXO PRA FORA

Chego em casa cheio de lixo

Preciso mesmo escrever

Qualquer coisa, sem capricho

Nas palavras, me perder

Estive tanto aqui e ali

Que estou morto de cansaço

O meu nome, tanto ouvi

Que escrever é como um abraço

Prestando atenção no real

Gastei nove horas de vida

Nesta maneira banal

Como uma grande corrida

E fui me enchendo de coisas

Até não mais agüentar

Preciso soltar as coisas

Depois que fujo de lá

Chego em casa bem no prazo

Trago no bolso o dinheiro

Leitor, agora extravaso

Me renovo por inteiro