Assistência ou ineficiência?
“Deixei o troco de bala com o cara
Que me abordou e exprimiu necessidades
Talvez reais ou inventadas
Ventava na avenida, o frio que congelou
A alma, as face, olhares e corações
O encontro com tantas negações, insegurança
Falta de tempo para demasiadas atenções, explicações
A gente corre o tempo todo do tempo, temos medos
Estereotipamos demais, aceitamos o olhar
E a companhia do senhor bem vestido, mas negamos
A nossa preciosa atenção a um andarilho
Onde realmente está frio?No vento? Ou em cada atitude alienada
Em meio a vãs tentativas de evitar o desconhecido
Nos diálogos silenciosos que tenho comigo não vejo a diferença real entre
Você, um rapaz de terno e um mendigo
A gente cria barreiras, nos conformamos com o dia corrido
O chopp na quinta e o futebol de domingo...
Nos adaptamos a nossas mesmices
São os mesmos dias, a mesma cara
Paro e penso no troco deixado e percebo
Que este traz um alivio passado, troco não é solução...
É uma maneira fugaz de aliviar intenções...”