ÁRVORE DO SUL.

Eis que sou

A árvore do sul,

A que não produz

Doces frutas,

De sangue nas raízes,

Sangue nas folhagens,

Onde corpos negros

Contorcem-se em dores,

Com a tal brisa,

Tenebrosa do sul,

Eu,

A estranha fruta,

Nos brancos álamos

Incólumes penduradas!

São cenas do valente sul.

A boca pede a pele,

Os olhos chamam...

No aroma das magnólias,

Ah, a chama repentina,

Da carne apaixonada.

Sou a fruta tardia arrancada

Pelo sol, chuva, vento,

Pelo tempo dizimada,

Ah, sou

Esta estranha

E amarga cultura.

Tomb
Enviado por Tomb em 26/05/2013
Reeditado em 26/05/2013
Código do texto: T4309453
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