Poema à morte da última filha de Júlio

assim como te postas

renhida a carne

desabotoas o tempo

no trânsito da tarde

loucas as dessemelhanças

que te puseram em século

de desumanidades

e eis que foste

trauma de músculos e vontades

uma vaga impressão de que a vida

vale aquilo em que se cabe

e travavas o dia

como uma larga bolandeira

que remisse os pecados

das noites em que estejas