Eu, a fera

Em nossas entranhas vive um ser selvagem e indomável,

Um ser que raramente vê a luz do dia

E enquanto vivemos, finge ser dócil e afável,

Porém se mostra por completo nos momentos de agonia.

É visível à todo olhar alheio

E ao mesmo tempo, invisível ao próprio olhar

Mas aos poucos que mudaram esse roteiro,

A fera selvagem, agora só sabe amar.

Essa fera, nenhum mal irá nos fazer

E até iremos nos surpreender,

Pois bastaria apenas um olhar,

Para vermos que nos mesmos, estamos a nos encontrar.