TER OU NÃO TER ( O SER EM QUESTÃO )

Consumismo,

irrealidade concreta,

astuto programado fisco,

introjectado, sociedade porta aberta,

falta de amor próprio, senso coletivo.

Quanta barganha,

rios urbanos cardumes piranhas,

miscigenando-se à alcatéias desmemoriadas

vanguarda conivência marginal, frontal ao suposto,

sonhos repetitivos caríssimos, clausura dos afoitos.

Como preencher o vazio,

depois do tudo conseguido,

se toda pessoa dita consumista,

está doente, oca, exposta, perdida,

bandida de seu próprio mal empregado tempo,

visceral roubo da vida por insólitos ornamentos.

Fragilidade orquestrada,

capitalismo empresas fadadas,

fadas dos porquês desnecessários,

átrio das especulações, pontos falsários.

Como é fácil,

coabitar quem está frágil,

com o efêmero travestido, maquiado,

isolando o verdadeiro, central, necessário,

caminhos movediços, ardilosamente alagados.

O resto,

até a próxima vez,

círculo caótico faz e fez,

certeira mira objeto maestro,

fadado elo compulsivo carente,

postural demente, espírito caquético.

No verso...

entulhos abstratos,

sólidos dispensáveis,

solidão notória do abusivo,

seres seriados, filmes vadios.

Alexandre Halfeld
Enviado por Alexandre Halfeld em 01/04/2007
Reeditado em 04/04/2007
Código do texto: T433770
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