Lágrima entardecida

Se calo, o silêncio preenche o quarto

como mormaço de inverno

minguando o verde, secando o solo quente das plantas.

Se falo do gosto amargo das circunstâncias,

se trago a mim mesma entre um e outro cigarro insosso,

é pra digerir a frieza intragável dos protocolos.

Ainda há melancolia no final da tarde

camuflada na hora de aguar as plantas

disfarçada na chuva fina.

Busco refúgios e ressalvas

no sono inocente, no hálito doce

num último propósito, que afinal não existe.

Talvez já seja Janeiro

e eu não saiba.

Perdi-me em alvoreceres e ocasos.

Revela-se na (des)humanidade

a detestável imundície, tal qual panos de pia

Acaso não sabem que mentiras não curam?

Jady Tariane
Enviado por Jady Tariane em 26/06/2013
Reeditado em 28/01/2016
Código do texto: T4359188
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