O POEMA

O poema mal nasce

Tem os ossos ainda frágeis

Versos, pássaro sem asas

Indefeso

Carne fresca

Quarando nos varais do tempo

Longo é o seu caminho

Para crescer, ele terá

Que curtir-se no sal

Passar pelas mãos das estações

Pelas fases da lua

Pelos nós das mudanças

Terá de dormir no relento

Banhar-se nu no lago profundo

Reverenciar as estrelas

Cruzar os campos da alma

Enfrentar o alheamento

Terá que navegar pelos mares de silencio

Das estantes e do esquecimento

E passar pelo vergaste dos ventos

Um dia talvez

Depois de um eclipse obscuro

Que sabe ressuscite

Sabe-se lá como

Por entre veias

E tristezas

Na busca da imortalidade

Nos olhos e corações do futuro

Se houver corações!

Se houver futuro!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 28/06/2013
Reeditado em 10/09/2016
Código do texto: T4362500
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.