Trovas de um mago errante

Letras vivas cheias de liberdade

Um coração humilde que só procura a felicidade

E as garras do demônio me atacam

Com seus olhos de mel ilusório

Preenchem um vazio neste báculo quebrado

A magia já há décadas foi selada

Por isso eu não vou morrer neste ninho solitário

Meu mundo eu faço cheio de versos

Sou o mago da caligrafia

A escrita nunca me deixou

Grande é a força dos encantos nela confessos

Que as almas do mal se atormentam ao lê-los...

Raios caem fazendo medo aos ouvidos

Abro os braços e pulo do penhasco de dúvidas

De longe ouço os gritos

Nas minhas pupilas um brilho vai se fazendo

Um novo destino vai se escrevendo

Um guerreiro vai caminhando para a luta

Na mão esquerda a espada da fantasia

A minha frente um escudo de vidro

Aos lados bolas e mais bolas de papel

Mantenho a fé inabalada

Segundos infinitos me cercam

Vai-se mais uma história paralela

De uma guerra entre quatro paredes

De um universo reverso as minhas verdades

Na ponta do grafite jorra sangue

Uma poesia que guarda minhas vontades

Uma conjuração destrutiva que afeta a realidade...

Eu sou sempre assim

Um planeta diferente dentro de mim

Andarilho de meia data longa

Porque enquanto estou longe de todos

Estou perto de seus corpos

Minha mente sai levando minha alma para se curar

Em cada esquina uma escolha

Aqui só existe primavera e verão

Enquanto poucos se arriscam me entendendo

Para todo o resto sou o eterno sem noção

Estendendo os braços ao céu nebuloso sem estrelas

Dou o sorriso final

Canto a canção astral

Uma a uma vão se rompendo as cordas da velha lira

Os dedos cansados revelando a fonte que me inspira

Ah malvada melodia...

Sobre as costas a capa alada para voar

Nos dedos anéis de ferro deixando minhas mãos pesadas

Nos pés botas para marchar

Rumo a um reino esquecido há muito tempo atrás

Levando na mochila apenas o velho livro de feitiços

O grafite sem ponta que chamo de varinha

Um pergaminho cheio de fábulas

Todas sobre um herói destemido que só usava uma longa espada

Onde andava

A tempestade seguia a sua caminhada...

No rastro da lua o mago se foi e o portal mais uma vez se fechou.

Jony Mex
Enviado por Jony Mex em 07/07/2013
Reeditado em 08/07/2013
Código do texto: T4376640
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