NOJENTO!

Quem me conhece sabe do meu estado de pacatez, mas sinceramente tira-me do sério o desrespeito aos direitos das minorias. Quem o homem pensa que é?!

Oh, bicho besta é o homem

Pensando em ser feliz

Vende a alma ao diabo

Age feito meretriz

Acha que a vida é eterna

Seu espírito consterna

Aumentando a cicatriz

Sujeito tolo é o homem

Tapeia na oratória

Incongruente na prática

Anda contando vitória

Se lesa o próprio irmão

O que é decepção

P’ro cabra besta é a glória

Adepto da lei de Gérson

Anda leve, saltitando,

Implacável, amoral,

Vai repertório formando

Do jeitinho brasileiro

É um assaz companheiro

E do crime doutorando

Se tem um ódio mortal

É da coletividade

Seu amor, sua canção:

Individualidade!

O patético é um trem

Que atropelando vem

Toda a razoabilidade

Nojento, tu tomas tento,

Respeita teu semelhante!

Ele é igual a tu,

Exceto de ser pedante.

Ajeita-te, animal!

Aliás, o irracional

Mostra-se mais elegante

O que tu tens na cabeça

Peste ruim, orgulhosa!?

Para um instante e olha

A beleza de uma rosa

Só há um grande, que é Deus

E os preconceitos teus

São da carne capciosa!