TERRACIDAS ( CONFESSE OU ACUSE, AJA )

No crime da mala,

esqueceram de amá-la ... a terra,

esquartejando-a com seus atos,

ratos despudorados, mercenários,

progresso incomum,comum a todo idiota,

que não sabe invariavelmente aonde pisa.

A cidade,

acidente.

Bandos de gente.

Nas cidades,

frutos indigentes,

infestação dos ambientes.

Nesta procissão sado-masoquista,

a ira, o grotesco cheiro do esgoto.

O lixo – moto contínuo,

louco descortino,

molambos aflitos,

pobres ou ricos,

prisioneiros . . . Gaia hermético,

gases poluidos rarefeitos, final patético.

Para acomodar o que incomoda,

o vício das masturbações suicidas,

sina das escaras incessantes,

corpo-alma, núcleos errantes,

onde se libera compulsivamente o Eros,

lerdos fetos, fartos amores farsantes,

esperando o verdadeiro orgasmo, que não chega,

fazendo porém do hábito compulsivo, estranha vendeta.

Até no disse me disse do Apocalipse,

sê a besta em riste, triste mil anos,

resolver se revelar, saindo dos subterrâneos,

fatalmente aos trancos nos barrancos seria ridicularizada,

por sua insossa fatia em todas as tais "proclamadas desgraças".

Quanto à humanidade,

as dementes facilidades,

por confissões esquivas, burlescas,

perdoadas em orações tolas cambetas,

ou então . . . pelo poder intrínseco do capital,

fome canibal destes alienados, perversos fardos,

que profanam compulsivamente o nosso único Planeta.

Alexandre Halfeld
Enviado por Alexandre Halfeld em 17/04/2007
Reeditado em 19/04/2007
Código do texto: T453538
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