Vergonha do que se tem?

O que se tem na mão, se vai.

Quando a razão em mente se faz,

Vergonha do que se tem, se vive, refaz,

O agora que não pode voltar, outra vez.

Chances dispersam quando o som da voz cala.

Frente ao simples, inusitado que se fala,

Mundo injusto depois do arrependimento,

Momento que justifica os fins e meios, sem mágoa.

E se iguala a qualquer outro que diz que ama.

E se enxágua na água que não caiu dos olhos,

Ao deitar na cama.

E a solidão, engana.

O pouco caso é o acaso que chama.

A obra do destino no agora.

E vai embora,

Sai na hora em que a vergonha te constrói.

Daqui, tem amor, e amor tem maior.

Tem mais, tem fervor, tem amor e voz.

Não há vergonha, nem receio.

Nem hora, nem recreio.

Tem o que é sem maldade.

E o que não é: Finda quando o dia cai.

Tem amor. E tem mais. Tem amor de verdade.