A dor é um fio
Que o poeta manuseia
Com ele desenha
Um caminho

Em que o leitor passeia

Ao passear, contudo
Num primeiro momento se afeta

Ao sentir que o fio
Veio dele
E não do poeta

Mal sabe ele
Que o fio é uma fantasia
De uma verdade doída
Que o poeta sente deveras
Mas finge que cria
 
Assim o leitor
Encena-se na dor recebida
Porque aquela dor
Está na sua consciência
Porém jamais assumida
 
 
O poeta ao falar de sua dor
Livra-se do mal em que vive
Porém embala-o
Em palavras que inebriam
Assim a poesia sobrevive
 
Portanto quem escreve
Não cria uma nova emoção
Apenas desperta-a

Para um sentimento adormecido
Que já existia em vosso coração!
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 30/11/2013
Reeditado em 28/05/2016
Código do texto: T4592821
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