Na minha estação

O peso da minha mochila

é o peso de um futuro disperdiçado

uma promessa não cumprida

uma dívida não paga..

O presente é preenchido

por pressões e expectativas

de um futuro que não quero pertencer

o querer é a cela do pássaro que não aprendeu a voar

Prefiro muitas coisas

quero muitas coisas

excluo tantas outras

e sou excluído igualmente

O mundo é tão grande

as possibilidades, tão vastas

é como se eu pudesse fazer qualquer coisa

e eu quero fazer tantas

E ao mesmo tempo

as perspectivas de futuro são tão pequenas

as expectativas, tão limitadoras

as pressões, tão repressoras

e o mundo,

tão exclusório

Não é apenas sobre achar um caminho

é sobre achar um sentido

e se o sentido é nós que damos

ele só existe dentro de nós

Alguns,

nunca o acham

para estes

a vida passa como um grande ônibus sem direção

andando em velocidade mínima

onde tudo é constante e parado

Por dentro

vasculho os velhos porões

imagino o impossível

olho até debaixo da cama

sem saber como procurar

e nem o que vou encontrar

Mas por fora

continuo parado na minha estação

enquanto espero calmamente

o meu ônibus chegar.

Diego Paim
Enviado por Diego Paim em 06/01/2014
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