O tanto que me cabe

O que faço com o amanhecido

que todos podem amanhecer?

Diluído nos sentidos

Muito sobra do que há para saber

O vento — de má vontade — por vezes egresso

acredito, nem ele percebe,

trás-me ao olho o incômodo

d´alma em prosa e verso

O que pertence aos muitos

não passa de olhares e gestos

A mim cabe o tanto que me cabe

Aos outros apenas o que conhecem

Se inúteis, quão inútil seria

a dor transformando

a quem, no alto estando,

nem aos olhos reconheceria

Tudo que há em mim

vasto e tão profundamente nada

nada me deixa sentir a falta de ausências

Não fico. Vou para onde estou

leandro Soriano
Enviado por leandro Soriano em 30/01/2014
Reeditado em 30/01/2014
Código do texto: T4671363
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