Questão de tempo

A vida é uma semente linda que requer cuidados, mas principalmente apreciação, apreciar o viver, a respiração calma e sensata, um olhar que renuncia toda e qualquer forma de obstáculo. A vida e o tempo, dois caminhos, apenas um caminho, um só se entrelaçando para dá continuidade no retrocesso, continuidade na mente, no piscar silencioso e misterioso. O tempo continua a sua caminhada independente do que está ao seu lado, ou à sua frente, mas a vida...a vida requer tempo, ela se traduz em tempo, mas não se limita ao tempo. Ambos limitam-se entre si, constroem toda uma significância, um momento, um abraço, um olhar, uma lágrima, um sorriso, um minuto, um segundo, e toda a complexidade existencial. Mas e o tempo?! O que resta dele? O que ele é? O tempo que resta é aquele que revela a realidade, é aquele que mostra nossas fraquezas, nossos limites, alegrias, sorrisos, decepções, tristezas, enfim que mostra a verdade, que mostra o semblante da vida, a batida do conhecer e sentir.

O tempo que resta, que se transforma, que conduz liberdade, que traduz a música, o som, o tom, traduz respostas, o tempo que resta é uma questão de tempo, porque circunda apenas aquilo vivido e também não vivido, mas sentido. Questão de tempo, questão de escolhas, de uma procura incessante. Um tempo que depura, ajuda e nunca menti, ele tarda, alonga, mas nunca erra, porque quem erra são os olhos e ações voltados para ele, no fim o tempo sempre vai ser o tempo, sempre vai ser verdade e esperança.

Emily Dickinson
Enviado por Emily Dickinson em 04/02/2014
Código do texto: T4677902
Classificação de conteúdo: seguro