Quem Sabe?...


Aquele que empunha o sabre
(Quem sabe)
Esteja sofrendo de um mal
Para o qual não há cura...
Assim, goteja a cicuta
Em todos os copos que vê,
Refastela-se de um vinho
Que é de má qualidade
-Gota
A
Gota-
Sem nem mesmo perceber...

Quem sabe,
Dentro de um coração
Amargo,
Sofrido,
Frustrado,
Só cresçam mesmo os espinhos
De um jardim malogrado?

Ah, e as pontas ansiosas 
De tais espinhos venenosos
Espreitam e aguardam, 
De olhos sempre bem abertos
Pelos corações incautos
E neles se cravam,
Cantando vitórias
Sem gosto e sem glórias!

Quem sabe, um dia
Os olhos se abram
E enxerguem além 
Desse espelho embaçado?
Quem sabe, um dia a alegria
Abra uma pequena brecha
Deixando entrar uma luz
Nesse coração mofado?



PS: Esta poesia foi inspirada em uma crônica que eu mesma escrevi e está publicada aqui, "O Bolor Nojento da mentira." Mas já que mais uma vez a sua extrema vaidade cismou em torná-lo personagem dos meus textos, pensando melhor, até que ela lhe cabe muito bem, senhor. Cada um se enxerga no espelho que melhor lhe reflete. Sinta-se ridículo. Será meu o prazer.
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 13/02/2014
Reeditado em 14/02/2014
Código do texto: T4689895
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