Siamesa

Essa alma siamesa que sou

Atenta a tudo

Nos sonhos

Desprendo-me

Tudo me interessa

Cada som da minha fala

Entoações milimétricas

Das canções da minha mente

Dos dizeres que ouço

Mas não te escuto

Penso já ouvir-te

E nada colhi da sua conversa

Da minha parte e da parte dela

Foi o que disse muitas vezes

E muitas vezes respondeu

Desses meus olhos fotografo

O seu rosto despido e enrugado

Me diga que não lembras

Do meu semblante a te mirar?

Inclino meus olhos a te ouvir

Essa narrativa de não recordar o feito

Da distancia dessa alma

Siamesa não pegada!

Adriana Magalhães
Enviado por Adriana Magalhães em 18/03/2014
Código do texto: T4734670
Classificação de conteúdo: seguro