O FAROL

Aurora,

A estranha luz mágica

Que me atinge os olhos,

Revelando-me o dia

A praia o mar.

Sonolentas ondas quebrando

E o vôo das gaivotas,

Encobertos com o brilho da manhã

Trazem-me sua imagem em sonhos.

E se estivessemos unidos,

Voando com esses pássaros,

E se fossem nossos passos,

Esses que somem de vista

Na areia.

Tivemos essa chance?

Disperdiçamos?

Nunca tivemos?

O que houve com a gente?

Revivo essse sonho utópico,

Surge-me relapso,

Como aquele navio

Sumindo no horizonte,

Envolto na vertigem

Névoa do passado,

As recordações emergem

Como as ilhas mais a frente,

Neblinas fantasmagoricas,

Imutáveis rochas das distâncias.

O sol se foi,

Imperando em seu lugar

Uma noite sem estrelas.

- ah, olha a noite q'eu temia

E seu infrene vento...

É de um delírio que recordo

No exato sobressalente momento,

Vejo seus lábios se moverem

Mas não ouço o que diz...

Ah, eu nunca quis te magoar,

Mostre-me seu caminho pelo mar,

Eles não se importam com o que sinto,

Ninguém consegue perceber.

E a febre me queima novamente,

A mesma da infância,

Da última vez que te vi,

Então partias.

É com essa visão fugaz

Que tudo se dissipa,

Eu sofro,

E de canto do olho eu via,

Você ia com os passaros da manhã,

E o sonho acabava,

Seus passos sumiam no horizonte,

Fantasmagoricas imutáveis distâncias.

Tomb
Enviado por Tomb em 20/03/2014
Código do texto: T4736459
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