Diferenças de um passado presente

Hoje sou apenas o reflexo de ontem, simplesmente pairo sobre o passado, porque ainda continuo e quero vivenciar erros; erros que não condizem, que não me fortalecem, vivo a mercê de atitudes que me puxam cada vez mais para um muro branco, que outrora fica escuro e conduz a uma retilínea perigosa que carece cuidado. Mudar de uma ora para outra toda uma forma de ser e escrever é difícil, os gostos são uns, mas o necessário é outro, é preciso inovar; queria poder conseguir escrever de outra forma, uma forma diferente, que de fato já uso, formas ‘’diferentes’’, na realidade complicadas, misturadas, sem sentido, seja lá como queira chamar. Percebe o que eu estou fazendo agora, simplesmente misturando e fugindo do contexto, é a minha identidade, nada mais justo do que usá-la, comecei de um jeito, agora de outro, um assunto, agora outro... É realmente estou misturando, mas esse foi o jeito que encontrei de poder diferenciar, tive que começar como sempre para poder conseguir terminar diferente... Nossa do que eu estou falando mesmo nesse momento?! Talvez seja apenas uma forma ou um jeito de esconder, o que de inicial foi tocado, mas para que? Sei lá, simplesmente me deu vontade, e por mais que digam que nada faz sentido pra mim faz todo o sentido. A minha vida eu acho que se digita, ou se fala, compõe e se escreve dessa forma, vou ter que continuar com os mesmos erros para que eu quebre a sílaba e as lágrimas mais uma vez escorram em um papel velho, ou em um documento do Word. Sou de muitas palavras, uma verdadeira prolixa, que sorri a toa, olha para a lua com tal fascinação que é impossível não olha-la, minha companheira de versos e mais versos; gosto do bem, vejo o bem em tudo e em todos, e prefiro assim, mesmo que algumas feridas insistam em me perseguir, nossa, como elas são chatas; bom ser dramática...é infelizmente esse perfil me descreve e como, bom acho que já chega de falar sobre mim, o meu ‘’perfil’’, aliás essas palavras não vieram parar aqui para isso, hoje essa não é a função delas. E pra finalizar que tal o antes que continua e ainda vive agora. Não vai ser como antes, eu não posso, simples assim, o sino já soou e deu sinal para que a caminhada continue sem o que está impregnado nas paredes sujas de tinta incolor, sem os porta-retratos que estão vazios, sem as mais lindas frases, sem o sim, mas com o não ao mesmo tempo, porque ambas as palavras estão andando desde o inicio juntas, isso tudo não é tudo, existe algo maior e melhor, é melhor parar e estacionar por mais que seja difícil. Bom minhas singelas palavras precisam ir, precisam descansar para um próximo reencontro, então assim me despeço com uma certeza de que incertezas nem sempre são incertezas, e que certezas nem sempre são certezas, mas convém dizer que no fundo tudo sempre foi e será uma certeza.

Emily Dickinson
Enviado por Emily Dickinson em 23/03/2014
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