RECORDANDO O FUTURO

Conscientemente escrevo e

Medito os meus dias

Na marcha lúgubre do tempo,

E passam os anos...

Transcorre como um rio sem destino

Que deságua no inexorável mar

Do esquecimento.

Até que uma pessoa,

Um possível leitor

Encontre tal lauda

E displicentemente a lê,

Por mera casualidade

Sem saber porquê,

Apenas lê.

Observando talvez

O tom do verso que ressoa diferente

No seu distinto ouvido;

Ora sorri ora discorda

Dos termos usado pelo poeta

Onde agora as traças do tempo

Desmancha o papel a mofo;

E quase se encanta ao ver sentido,

Naquele irrelevante verso antigo

Aquela rima imóvel, exumada

No limbo do poema.

Na mutação surreal dos sentimentos

Tudo se modifica.

O amor e a dor tem novas falas,

Suaves mentiras,

A esperança se disfarça,

A chuva queima o fogo afaga.

Tudo exposto e estendido

Numa página curiosa

De um mundo esquecido, ultrapassado.

E foi tudo que ficou,

Tudo que restou,

Deste ser que entre outros

Também vagueou,

E jamais se encontrou,

Sobre a Terra.

Tomb
Enviado por Tomb em 04/04/2014
Código do texto: T4756189
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.