O Inverno, O Pensamento e A Mágoa
Quando o inverno chega mais cedo
O frio congela tudo que esta exposto
Até aqueles pingos d’água pequenos que escorrem no rosto...
Não chove, mas o caminho esta alagado
Não se ouve trovões, mas o coração bate acelerado
É como uma tempestade silenciosa que caminha no dia nublado...
O silêncio rodeia como uma névoa espessa
E um forte cheiro se aspira no denso ar
Seria apenas o último rastro de uma mensagem antiga jogada no mar...
O vento sussurra nas janelas uma música triste
Nas arvores os passarinhos permanecem calados
Talvez a Natureza esteja pra baixo com tantos sorrisos forçados...
Na esquina se clama um choro
As portas se fecham e o mundo acaba
Ninguém imaginou que seria só mais um pobre injustiçado...
Estrelas cadentes já perderam há muito o seu poder
De tanto que foram usadas com pequenas palavras baixinhas
A terra seria mais linda se todo dia não matassem tantas criancinhas...
Durante a noite os demônios acordam
Uma guerra secreta é travada contra anjos caídos
Quando se abre os olhos já não se enxerga mais os mortos e feridos...
Aos loucos é dada a lucidez
Aos lúcidos é tomada a consciência
O Bem vira o Mal e vice-versa neste intérmino jogo entre política e ciência...
Poucos conhecem o Amor
A maioria o despreza em todos os lugares
Depois reclamam quando estão sozinhos abandonados em bares...
A culpa das pessoas serem hoje assim
É tão somente de uma sociedade que ensina valores porcos
De um povo que há muito tempo esqueceu o que é gratidão...
Seus vermes imundos sem coração.