EU ESTRANHO

Sinto-me um estranho nesse lugar,

É inútil procurar,

Nada me representa.

Corro,

Subo as escadas apressadamente,

Todos os andares,

Com a terra a se abrir,

Ávida a agarrar-me os calcanhares.

Não pertenço a aqui,

Muito menos sou de lá,

Perdir-me desde a infância,

Por intrínsecas, indecisas ruas,

Ou becos de esquinas sem saída.

Como o novilho na frente do lobo,

Vi-me a mercê de presas assassinas.

Todos os lugares do mapa,

Abominam minha presença,

Em suas pátrias,

Relegam-me insensíveis,

A que lugar?

Observam facínoras,

A presa que luta ainda,

Presa na teia,

Essa que não se liberta mais.

Prenderam-me em uma noite infinita,

De horrendos lugares,

Oh, lugar nenhum.

A ouvir meus silentes desabafos,

Gritos inaudiveis de ecos abismais.

Tomb
Enviado por Tomb em 23/04/2014
Reeditado em 23/04/2014
Código do texto: T4780287
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