HORAS INVASIVAS

Oh, pensamentos,

Por que me invadem,

Nessa hora?

Já não bastasse,

A solitária madrugada,

O sinuoso vento,

Tocando as folhas,

O corpo a alma,

Solvendo dos meus sentidos,

Dos meus poros,

Substância invisível,

Que desconheço,

Mas que me queima o corpo,

Em febre vulcânica,

Já não bastasse tudo isso,

Mesmo assim me invades,

E me invades de forma turbulenta,

Com as formas dela,

Olhar enigmático, revelador,

Pele alva, negros cabelos,

Seios, braços piedosos,

Estendidos a me abraçar.

Suas mãos brancas

A percorrer minha face,

Inflando-me o peito

Com ávidos suspiros,

Enchendo-me de acalanto,

De desejos recalcados,

Escondidos,

De corpos abraçados,

De beijos mordidos,

Pouco antes do sol nascer.

Ah, vai-te pensamentos,

Deixe-me com minha

Poesia solitária,

Não me tortures,

Não contorça assim minha'lma,

Como se tomasse

Um vinho forte.

Tomb
Enviado por Tomb em 03/05/2014
Código do texto: T4793162
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