Apenas humano...

Sem que ela percebesse, eu, de mansinho, delicadamente e com todo o carinho me achegaria no mais fundo do seu coração, dele retirando tudo o que ao longo do tempo a machucou, curando todas e quaisquer feridas que ainda existam, a começar pelas mais antigas, por mínimas que sejam.

À sua memória ruim eu daria um jeito de apagar, deixando apenas os seus ensinamentos, ainda aprendemos mais com a dor.

Pediria que ela sorrisse sem receios abrindo espaço para um novo registro de paz, carinho e amor.

Longe dos preceitos de que todos somos obrigados a ser "felizes", como se fosse um produto disponível nas vitrines dos megashoppings, eu lhe diria para ser feliz naturalmente, sabendo que por certo surgirão momentos acompanhados de sofrer.

Quando se pensa que hoje não há mais segredos, talvez possamos entender e aceitar que a maior utopia é sermos apenas humanos, com muitas contradições, melhor que assim seja e sem culpa.