mar bravio

quem fala a verdade

só escuta mentira

quem briga com a ira

se esconde do amor

seja como for

a calma me estressa

se não tenho pressa

de estar com você

só pra lhe dizer

que fui, sem querer

ter onde chegar

o início termina

onde o fim começa

sou salvadorenho

do norte não venho

o salvo-conduto

da luta é a paz

o negro é a imagem

sedenta de luz

o branco é a cruz

que desmoronou

a telha comprida

desarticulou

e a sob medida

cobriu todo o espaço

sem estardalhaço

o mato cresceu

mas não percebeu

que o olhava o telhado

da mesma altura

que Judas desceu

falando a verdade

sem necessidade

de explicação

voltamos então

pras margens do rio

pra que ele não fosse

morrer de fastio

e o mar bravio

de inanição...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 02/08/2014
Código do texto: T4906497
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