Folha De Papel
Queria escrever de tal forma,
que com esse canto, grito ou verso
fizesse calar os pássaros
não porque os ignoro
mas por acreditar que seu canto
possue o tom e dom da mais
sublime expressão da natureza.
Escrevo porque quero que o meu canto,
embriaque as crianças.
Pois só algo puro e simples é capaz de tirá-las
da atenção do imaginável e ininarrável,
mundo infantil.
Escrevo para saudar os enamorados
mesmo depois de anos de casados.
Escrevo para velhos loucos, cansados
a espera de filhos que se dizem sóbrios;
esquecidos em algum canto
onde a esperança é a única coisa que os vigora.
Escrevo pois com meu canto
espanto meu pranto
que cai dos olhos meus,
assim me refaço com o encanto
que reluz dos olhos teus.
Escrevo, rabisco, encho folhas e folhas
de um verso sem sentido, sem nexo ou anexo.
Mas escrevo com a certeza,
de passar o que sinto e resgatar o imenso
saber do teu olhar atento,
talvez sem nada entender.
Assim continuo a cantar, escrever, rabiscar
o mais simples desejo do mundo:
O DESEJO DE AMAR!