bolso furado

não esperem a água

que não gostou da colina

não esperem “desejo”

quando o mais certo é “sina”

não tosquiem a ovelha

porque ela não sente frio

não se afastem do louco

por ele ser arredio

não suponham que o medo

foge correndo da dor

e que há um monte de vida

onde há um monte de cor

embainhe a espada

se a luta o derrotou

e não culpe o sereno

se a planta não se molhou

se a estrada sem curva

tem a ver com a solidão,

ela é como o bolso:

vive à procura da mão

esclareça de vez

se a aptidão pelo tédio

é o aplauso da cura

quando dá certo o remédio

e não viva dizendo

frases que são comedidas

é o que as aves faziam

antes de serem abatidas

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 19/10/2014
Código do texto: T5004378
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