Consolação

Os ritmos de São Paulo são escusos

Nunca escassos

Dizem que são transparentes

são cinzentos

Diz que não vai chover mas chove

No meio do calor

E esfria e venta seco

E tome xingamento de cá e de lá

trânsito pesado de xingamentos

De dados

De informações monstruosas debaixo de prédios e mais prédios e túmulos e mais túmulos de famílias de carros e estacionamentos e múmias góticas

Sem remorso, imponente arquitetura

Grunhidos de aço

Vômito de gente

-bonita e feia-

em todo e qualquer canto

Tradições a serem lidas em cada fumaça

As almas dos índios e bandeirantes, não só nos nomes

Mas no ar vivo e infindável das longas loucas ruas

-Satisfação