A viagem

A viagem

Viajar é sair de um ponto

Em busca de coisas novas

Ou nem tão novas assim

Mas que renovam, certamente!

Há no viajar um desprender-se

Um soltar-se do conforto cotidiano

E colocar-se em movimento

Uma ferrugem a dissipar-se.

Em todos os rostos desconhecidos

Há algo desconcertante

Como se o mundo nos oferecesse

Labirintos insólitos para um deleite bizarro

Não nos cabe a certeza de nada

Nossos pés seguem nosso motivo

Um vazio preenche-se de quinquilharias

E o viajante do tempo e do espaço navega

O turbilhão de cores desfila pela visão

Um clima morno aquecerá a pele resfriada

Para receber a brisa fria da tarde que se aproxima

Onde estavam as palavras que agora se unem?

Uma felicidade prometida orienta o passo

É possível fitar um prazer fugidio ali além

E o retorno seguro estende suas asas

Caminho sem sentido para perto de si mesmo.