Temor
Por mais que eu amadureça
enquanto o estio o inverno sobrepuja,
vejo a tristeza consumir a beleza
em uma floresta negra e profunda...
Em meio as arvores de receio,
perdem-se todos os meus desejos juvenis,
não adiante recorrer a estratégia ou floreio,
todas as tentativas de fuga são vãs e pueris...
Por mais que eu cresça,
enquanto inverno o estio sobrepuja,
vejo a lentidão destruir a destreza,
no oceano onde meu sonho afunda...
Em meio as águas do temor,
afundam todos os sorrisos gentis,
todos os reflexos e sentimentos
dos quais me desfiz...
Em meio ao arquipélago do medo,
vi todas as ilhas que não desbravei,
todas as flores que desbrocharam.
todos os pássaros que voo alçaram,
e eu sequer notei...
Por mais que cresça e amadureça,
Enquanto o estio e o inverno se unem,
vejo a as pedras engolirem a natureza,
enquanto o temor mantém vivas
todas as esperanças vãs...
que zombeteiramente me iludem...
RS Schindler(Renan Souza)