Cabeça de vento
A cabeça venta...
Inventa
Uns mundos bestas pra eu sonhar
Uns beijos doces pra eu provar
Um copo sujo pra eu lavar
Depois buscar da fonte a água
Que vai limpar tua cabeça
Que venta
Inventa
Mentiras fáceis de dizer
Enquanto cospem pela janela do vigésimo andar
Pra se molhar com um pingo a cabeça da formiga
Lá embaixo são todos ilusão
Pra quem vê tudo de cima
E nunca pisa no chão
Só quer saber se um dia vai chegar
Sem ao menos tentar de lá sair
E dentro da cabeça que venta
Inventa
Um espaço sideral
Onde os donos do universo
São quem cospe solitariamente
Na cabeça da formiga que vagueia lá embaixo
Pois neste bate o vento que venta e inventa.
Danilo Cândido.