Cabeça de vento

A cabeça venta...

Inventa

Uns mundos bestas pra eu sonhar

Uns beijos doces pra eu provar

Um copo sujo pra eu lavar

Depois buscar da fonte a água

Que vai limpar tua cabeça

Que venta

Inventa

Mentiras fáceis de dizer

Enquanto cospem pela janela do vigésimo andar

Pra se molhar com um pingo a cabeça da formiga

Lá embaixo são todos ilusão

Pra quem vê tudo de cima

E nunca pisa no chão

Só quer saber se um dia vai chegar

Sem ao menos tentar de lá sair

E dentro da cabeça que venta

Inventa

Um espaço sideral

Onde os donos do universo

São quem cospe solitariamente

Na cabeça da formiga que vagueia lá embaixo

Pois neste bate o vento que venta e inventa.

Danilo Cândido.

poeta inverso
Enviado por poeta inverso em 30/05/2007
Código do texto: T506509