insônia

Avança madrugada vizinha

O sono não é o teu vigia

- O sono não chega aos olhos.

A chuva é uma vassoura fina

Varrendo por cima dos telhados.

Avança madrugada sozinha

O frio corta a pele matutina

- Gritam sapos que saltam

Lá nas baixadas do Rio.

A chuva é uma vassoura fina

Varrendo por cima dos telhados.

O vento de açoite está uivando

Uiva nas esquinas

madrugadas

Com medo de lembranças que batem

- Cantigas antigas de ninar.

A chuva é uma vassoura fina

Varrendo por cima dos telhados.

Avança madrugada vizinha

Joguei pelas cortinas

Sombras da memória que vinha

Levando pedaços desta vida.

A chuva é uma vassoura fina

Varrendo por cima dos telhados.

Emanuel Lopes
Enviado por Emanuel Lopes em 03/06/2007
Reeditado em 26/06/2007
Código do texto: T511994