insônia
Avança madrugada vizinha
O sono não é o teu vigia
- O sono não chega aos olhos.
A chuva é uma vassoura fina
Varrendo por cima dos telhados.
Avança madrugada sozinha
O frio corta a pele matutina
- Gritam sapos que saltam
Lá nas baixadas do Rio.
A chuva é uma vassoura fina
Varrendo por cima dos telhados.
O vento de açoite está uivando
Uiva nas esquinas
madrugadas
Com medo de lembranças que batem
- Cantigas antigas de ninar.
A chuva é uma vassoura fina
Varrendo por cima dos telhados.
Avança madrugada vizinha
Joguei pelas cortinas
Sombras da memória que vinha
Levando pedaços desta vida.
A chuva é uma vassoura fina
Varrendo por cima dos telhados.