Espantalho

Sobre o campo empoeirado

cordas de piano mudo

encontro-me amarrado

retalhados retângulos ajustados e remendados

pedaços coloridos de passados

não tenho alma nesse corpo empalhado

é o que dizem...

mas meu coração é invisível e alinhado

não fui parido

nunca fui gerado

sou servo calado vestido de rendas e babados

fincado no barro, batizado com brisa e chuva fina

com todos os sóis e luas sobre minha cabeça de palha

sou servo da terra... meu nome: Espantalho.

Adriana Magalhães
Enviado por Adriana Magalhães em 12/02/2015
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