Espantalho
Sobre o campo empoeirado
cordas de piano mudo
encontro-me amarrado
retalhados retângulos ajustados e remendados
pedaços coloridos de passados
não tenho alma nesse corpo empalhado
é o que dizem...
mas meu coração é invisível e alinhado
não fui parido
nunca fui gerado
sou servo calado vestido de rendas e babados
fincado no barro, batizado com brisa e chuva fina
com todos os sóis e luas sobre minha cabeça de palha
sou servo da terra... meu nome: Espantalho.