Doce/Amarga Estrada

Estou andando sem rumo,

e parece já não haver sol nessa estrada,

paro o carro, e por vezes abro essa porta

de vermelho xadrez e desço.

Parece que todo minha vida está ali,

e passa como um velho filme,

que não me dá a opção de voltar,

e concertar velhos erros.

Entrei-me de novo e andando

por essa estrada, percebo os meus

erros ganharem o mundo,

parecerem por todos os lados.

A estrada acinzentada e quente

agora é alcançada por essa chuva

de lágrimas que exprime faíscas,

da dor que carrego daqui.

Me parece não parar,

e esta estrada se torna um vazio ainda maior,

sem que outros carros passem por ela,

sigo em frente.

Não há curvas sinuosas,

mas buracos de infelicidade

que fazem o carro diminuir

o caminhar.

Não há grandes obstáculos,

mais há dor e mais pareço

estar parado do que nesse movimento,

de andar para frente.

Sigo andando,

como todos à minha volta.

Mais se parecem levados pela maré,

do que guias intelectos na sua própria vida.