AS PORTAS DO TEMPO

Quis trancar os portas do tempo

Tive inveja de sua imortalidade sem fim

Mas notei que o tempo não tinha portas

Que apenas eu tinha uma porta em mim!

Descobri que esta porta era o ato de viver

Teimosa flor que decidiu florescer, enfim

Num comboio de almas singularmente floridas

Que terminam sem cor, num estranho jardim

Vi que a linha invisível do tempo era infinita

Enquanto a minha, tinha começo, meio e fim

Que somente poderia fazë-la mais cumprida

Se cultivasse coisas boas, mais que as ruins

Por fim, entendi que minha cruel perenidade,

Esta sina, que é um mal e um bem, outrossim

Escondia em si, a sutil verdade, a revelar-me

Que a vida é só o tempo que vive em mim!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 15/03/2015
Reeditado em 27/03/2024
Código do texto: T5170867
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