Vinte e Quatro Dias ou Mais...
Voltei...
Sinto muito,mas de onde não sei
Estive pensando em silêncio
Observando o pó e a desordem
Fiquei calada por um mês
Separando fotos,tristezas e ódio
Lavando a merda que me sufocava
Adquirindo forças para recomeçar
Fazendo o café e discutindo com minha mãe
Destruindo meu carinho,minha paixão
Sentada ou deitada na cama
Só o corpo sujo e a melancolia
Guardei o amor no congelador
Feri um coração e fugi de mim mesma
Viajei todas as noites e
Morri todas as manhãs um pouco mais
De volta ao passado,reencontrei aquele olhar
No presente,perdi a razão e amigos
Olhando o futuro,encontrei-me com "Deus"
E agora,escrevo o que sinto
Não odiei saber que me queriam ver morta
Ou que não desejavam ver-me nunca mais
É triste admitir,mas estive fugindo
Escondendo-me de um medo,de quem me matou
O engraçado é que não chorei
Secaram-me as lágrimas
Ah,isso depois de tornar-me
Desilusão,Solidão e Morte
Roubei a paz de uma alma sensata
Troquei a noite pelo dia
Não li nenhum livro e desliguei o coração
Matei a ilusão,a idéia de que existia destino
Apanhei até sangrar,sem tempo de pensar
Há vinte e quatro dias sem aquele sorriso
Vivendo um mês sem aquela amizade
E toda a eternidade sem ser perdoada
Fiz tudo isso sem viver,só observando
Deixei de acreditar que poderia esquecer
Calcei as botas e saí dirigindo ao som
Vago de "Peny and Me"(Hanson)
O vento então me fez acordar
E percebi que continuaria lá
Com seus vinte e quatro anos
No inverno do ano passado,no tempo da felicidade
Só aí foi que descobri que estava livre
Porque eu o tinha no meu tempo,porque eu
Morreria no entardecer de um ano qualquer
Só então libertei meu pensamento de agouro
Estive planejando minha vida
Desenhando novos objetivos
Saindo da escuridão e voando alto
Encontrando o que deixei por terminar
Ocupei meus últimos dias com planos
Liguei para o futuro,agendei sonhos
Guardei velhas cartas,comprei uma casa
Vendi minha bondade,mas sabendo que há...
Vinte e quatro anos para tentar
Uma viagem por fazer,um livro pra escrever
Uma última mensagem para enviar
E uma amizade para recordar
Lembrando que ainda é preciso morrer
Ouvindo canções de adeus e saudades
Vendo minha família chorar por tudo,
Por eu deixá-los e sair em busca de...
Memórias de uma garota interrompida,
Recordações de quem matou duas amizades,
A bailarina do quadro de Rebecca,e
O sonho de Anne Poe.
Voltei...
Sinto muito,mas de onde não sei
Sei apenas para onde vou
Estive pensando em silêncio.