MEU TRAVESSEIRO

Na luta, com meu travesseiro,

minha cama parece um vespeiro.

Viro e reviro, feito bicho carpinteiro.

Só quem me consola é meu fiel companheiro.

Meu travesseiro, almofada ou coxim...

Que nunca reclama se me porto assim.

Puxo-o pra perto, o empurro de mim.

Mas, volto a buscá-lo quando a fim.

De tanto apertá-lo

empurrá-lo

e buscá-lo

consegui amassá-lo

afofá-lo...

Mas, o bichinho continua sempre em meu costado,

participando de tudo acanhado.

Sem reclamar da confissão de pecado.

Nem sequer, demonstra ficar enciumado.

Parece saber que mesmo falando,

mesmo tudo confessando,

com Deus conversando,

ainda continuarei pecando.

Ah! Se esse travesseiro pudesse falar...

Quanta coisa teria pra contar!

Quantas noites a seu tecido molhar,

tantas outras com ele a sonhar...

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 08/06/2007
Reeditado em 16/01/2015
Código do texto: T519118
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