O CARRILHÃO DO TEMPO

Batem as horas no velho carrilhão,

Estranho observatório da realidade

O dia baço é um arco retesado

Estressado no ângulo do sol

Cheio de tédio, quase eterno

As horas vazam dos ponteiros

Como se fossem algo líquido

Para desaparecerem dentro de nós

Expondo a bizarra ambiguidade

De vivermos e morrermos a cada segundo

Somos refém de toda impossibilidade

Que construímos com a negação e o silencio

O tempo é um poço sem fundo, profundo

Onde nossa alma se esconde e expõe

A orfandade dos nossos desejos

O que vaza do relógio é a matéria

De que é feita a vida, enquanto

A alma tecida de pensamentos

Não depende do tempo e anda

Pelas mãos do sentir, por isso é eterna

Estamos preso num trem feito de horas

Nosso canto não pode ser ouvido

Porque falamos ao mundo pelos sentimentos

Pela linguagem da vagarosa da poesia

E tudo passa por nós muito depressa!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 21/04/2015
Reeditado em 13/11/2016
Código do texto: T5214869
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