Inerência

Corpos belos e vazios não me atraem

São como folhas que inevitavelmente caem

No previsível outono das paixões

No desfazer inexorável das ilusões.

O tempo desgasta adereços e alegorias

Desbota e esgarça as belas fantasias

O que fica é a sua plena essência

A que resiste a toda impermanência

A lenta e gradual queda da aparência

A chegada da impiedosa decadência

Deixando uma simples reminiscência

O preço previamente acordado da inerência.

Ello
Enviado por Ello em 27/04/2015
Código do texto: T5222606
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