Inerência
Corpos belos e vazios não me atraem
São como folhas que inevitavelmente caem
No previsível outono das paixões
No desfazer inexorável das ilusões.
O tempo desgasta adereços e alegorias
Desbota e esgarça as belas fantasias
O que fica é a sua plena essência
A que resiste a toda impermanência
A lenta e gradual queda da aparência
A chegada da impiedosa decadência
Deixando uma simples reminiscência
O preço previamente acordado da inerência.