DICÓTOMO

Há pessoas que habitam meu imaginário.

Há também algumas não pessoas, e umas super pessoas.

Consigo me achegar e me afastar conforme meu humor

E meu amor. E meu ódio.

Carrego em mim, sim, ódio e amor.

Odeio com minhas parcas forças

E amo com as mais débeis.

Minhas entranhas se derretem e se fundem

Me sinto todo um só órgão.

Amo e odeio até com meu mindinho do pé esquerdo.

Mas amo. Isso importa.

Me faço odiar por isso.

Os imaginários, as super e as não pessoas.

São só pessoas.

As de verdade, terão um fim autônomo, preciso;

as de neurônios irão comigo, fenecer.

Amo muito mais as pessoas, decreto!

Mas sussurro, as odeio.

Com essa luta em meu corpórgão

Manquejo e maquio meu sorriso

com o pó de meu coração compacto.

Neilton Domingues
Enviado por Neilton Domingues em 04/05/2015
Código do texto: T5230685
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