DOCES TENTÁCULOS
DOCES TENTÁCULOS
O mar com suas ondas quebrando em melodia
Acenava-me para surfar
E o tilintar dos talheres dourados
Mostrava-me o mundo dos contrastes
Os extremos das cordas
Que se encontram em laços
Quando a paz instala
Reviravoltas nos meus braços
Curtos, muito curtos
E dentro de mim toda aquela distancia
E dentro de mim toda aquela vontade
De ir à dança...
E todas as artes cachoeirando-me em êxtase
E eu tonta... não tenho tantos dons!
Do, fá sol lá si,
O relógio dizia:
Cessa esse tocar
Já tens que ir
E agora o céu se fazia em tintas
E derramava galões em minha cabeça
E lá ia eu
toda colorida
para o baile preto e branco
das folhas de um livro
Chorava agora em pura emoção
Era a história comovente daquele autor
Que me tirava do chão...
E passando pela roda da ciranda
Também tive que brincar
pois brincar é não morrer...
E hoje cedo, até plantei uma árvore,
Uma não, duas,
E uma tinha o nome de “felicidade”
A outra era o “Pau Brasil”
Arre, não consigo ser uma
Precisava mesmo ser mil!