A morte da(nossa?) chama
Foi assim, sem mais nem menos
eu ali olhando aquela chama se apagar
Que pintei um quadro em minha mente
Pobre desta vela! Derretendo sem parar!
Pinga gotas de seu sangue branco
enquanto a luz ilumina meu pensar
És tão sombria, chama flutuante!
Como podes viver assim, sem um lar?
E vai morrendo aos poucos sem medo
de que sua própria luz esteja a lhe matar!
Enquanto desnuda-se esconde tal segredo:
De viver para somente servir e consolar
Consola-me nesta noite sem luz artificial
Onde as sombras mais parecem monstros
Seres de meu próprio inferno astral
que ousam esconder seus rostos!
Ahh... A morte da chama ardente...
Quisera eu estar dançando em seu fogo!
Para brilhar como uma estrela cadente!
Pobre vela que queima... Será que sente?
Que tudo não passa de um simples jogo?
Onde não és mais que um mero ingrediente?
(Assopro a vela... Pelo menos uma de nós pode parar de sofrer)
Rangele Guimarães