Cartas ao Tempo

Escrevi cartas endereçadas ao tempo e as lancei engarrafadas ao mar... Talvez um dia o balé das ondas as leve ao rumo certo, onde o tempo há de aguardar.

Porque mesmo o tempo que passou, e aquele que chegará, ainda está - e já está - congelado nele mesmo, em algum lugar.

E se alguém porventura, antes disso, as encontrar, há de rir e de chorar o mesmo tanto, porque conhecerá as bobagens e os dramas que escrevi.

Mas, seja afogada em riso ou pranto, não caberá nela tamanho espanto, sabendo do que espero do porvir.

Marcos Sodré
Enviado por Marcos Sodré em 18/05/2015
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