...O QUE VI...

Janela aberta entre madeira e céu,

Tanto pó e todo azul

Entre o início e o final.

Há vidros sujos e telhas envelhecidas.

Se for pra me revelar te dou meu sonho

Que não é palpável, mas visível.

Cabe entre a realidade

E o instante do pensar.

Ver e se dar, transforma,

Vira paisagem de cor ocre.

Tenho um vaso de peixes imaginários

E aquário de flores artificiais.

Queria ficar e escrever bobagens,

Ouvir minhas e nossas canções...

Tantas datas me aguardam,

Tantos cofres estão se abrindo.

Meus mares, oceanos e continentes.

Hoje tento emergir de mim mesmo.

Bolas de ar desatam...

Minhas bolhas de sabão.

Vejo que crescer é retroceder

E abrir mão da criança é covardia.

Continuo com medo de cair da rede,

Mas teimo em balançar mais alto.

Não entendi que a janela nunca se fechou,

As imagens, sons e cheiros são os mesmos.

Eu é que pensei que cresci,

Aguardo e guardo o tempo de ser...

O que é bom...

É grande e longe.

Não precisa crescer,

Já é...

tchellyno
Enviado por tchellyno em 15/06/2007
Código do texto: T528448