...O QUE VI...
Janela aberta entre madeira e céu,
Tanto pó e todo azul
Entre o início e o final.
Há vidros sujos e telhas envelhecidas.
Se for pra me revelar te dou meu sonho
Que não é palpável, mas visível.
Cabe entre a realidade
E o instante do pensar.
Ver e se dar, transforma,
Vira paisagem de cor ocre.
Tenho um vaso de peixes imaginários
E aquário de flores artificiais.
Queria ficar e escrever bobagens,
Ouvir minhas e nossas canções...
Tantas datas me aguardam,
Tantos cofres estão se abrindo.
Meus mares, oceanos e continentes.
Hoje tento emergir de mim mesmo.
Bolas de ar desatam...
Minhas bolhas de sabão.
Vejo que crescer é retroceder
E abrir mão da criança é covardia.
Continuo com medo de cair da rede,
Mas teimo em balançar mais alto.
Não entendi que a janela nunca se fechou,
As imagens, sons e cheiros são os mesmos.
Eu é que pensei que cresci,
Aguardo e guardo o tempo de ser...
O que é bom...
É grande e longe.
Não precisa crescer,
Já é...