A Madeira

Todos os dias quando saio para trabalhar

Encontro-as em meu caminho

Seguem tal cortejo fúnebre

Tão lúgubre quanto será sem elas nosso destino

Não sei como pode ter tantas todo dia

Se muitos avisam que devemos preservar.

Contudo o semblante do motorista sequer esfria

Na hora das notas apresentar

E elas continuam seguindo, raízes ficando

Em nosso porto vão embarcar

Sua partida a poucos vai enricando

Enquanto nossas terras ficam a murchar

Mas isto não tem importância

Para o gado tem muito pasto

Pra plantar soja imenso campo

O resto dos bichos; que vá para outro canto.

Importa aos poderosos o que está acontecendo?

Não é o pulmão deles que se está desfolhando

Importante é ver os dígitos da conta crescendo

Ainda tem muito verde, o mundo não está acabando.

São esses os pensamentos que tenho

Enquanto vejo as toras de madeira a esperar

Mas logo que passo das docas elas ficam para trás

Tenho minha vida para me preocupar.

E infelizmente para nossa mata

A maioria de nós pensa assim

Do seu verde e seus habitantes nem sentimos falta

A geração futura é que sofrerá com seu fim.

Petrus Stone
Enviado por Petrus Stone em 25/06/2007
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