É Mister Silenciar...Ouvir...Acordar

No inverno...

As raízes das árvores repousam,

Já cansadas da labuta por colher

A umidade das chuvas de verão.

O céu gelado...

Guarda das folhas quedantes,

Qualquer nuvem de chuva temporona,

Num intenso e imenso azul de promessa.

Galhos e troncos dormem

Num momento de aguardar...

É tempo de calar

E ouvir...o silêncio;

Momento que antecede

A explosão da vida...

Vida que deve se alastrar

Exuberante com o despertar

Das virtudes nas plantas,

Nos homens e nos jovens brotos,

Que sonham com um mundo melhor,

Onde todos amem de fato

O que é do outro,

Como se fosse dele mesmo...

Num trigal, as espigas e raízes

Crescem juntas,

Sorvem a seiva da mesma terra,

Bebem a luz do mesmo sol

E juntas...morrem

Para que se dê o milagre do pão.

O trigo vive pouco e intensamente,

Cresce o seu existir dourado

Em direção ao único sol que importa,

Morre na glória e nasce pão...

Mata a fome do corpo...

Consagrado, dá sustento ao espírito,

Porque viveu e morreu por uma causa.

Independente se somos plantas

Ricas na miséria ou

Miseráveis na riquesa,

É mister silenciar...ouvir...e acordar

E decidir se somos trigo

Ou plantas rasteiras e daninhas,

Rastejando uma existência de não amar

E com o próximo não se importar.

Opus Lumem Sewaybricker

11/06/07

Opus Sewaybricker
Enviado por Opus Sewaybricker em 28/06/2007
Código do texto: T544509