Valsa do Tempo.

Sentes rubor à minha presença, erma,

São imãs que resistidos se atraem

E a mordaz lei da física assaz contraria

Mesmo fingindo indiferença pungente

Perdidos iguais na monotonia enferma

Iguais e sóis nos encontraremos, um dia.

Nossas almas, duas metades do querer,

No teatro senil da vida... Personagens

Seguem atônitas perdidas no tempo

A sina do Amor, da idolatria, do se ter,

Dois passageiros um mesmo destino

No coche lilás dos pensamentos!

Quisera eu e você, ao sonido da valsa,

Esta estranha valsa, a vida! Quimera...

D’Uma breve dança o prazer n’um momento

Enleados tais quais em nossos sonhos

Acendida a tosca esperança, oh querida!

Em reencontro nas brechas dos tempos...

Nunca morreram as juras, e sentimentos.

Mesmo frívolas em nossos corpos doentes

Ainda duram no lapso atual, fendidas...

Vindo a ser nosso bem, nosso mal desta lida,

Se vivas aflições fumegam, queimam...

No tempo é cinza latente, brasa viva.

Quantos túmulos ainda haverá de separar?

Na eternidade nossas almas sem descanso...

Quantas vezes do pó, de nos erguer havemos?

A retomar os passos, antes da partida,

Reeditar nossa história deste balé em branco

Repintando destinos no quadro negro da vida.

https://youtu.be/Ytxj3JFcQZE

Adonis Yehrow
Enviado por Adonis Yehrow em 15/11/2015
Código do texto: T5449494
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