Poemas e gentilezas

Acorda poeta, que o dia te chama, derruba da cama os teus versos,

Afasta as cobertas, os sonhos se foram, o coração já está desperto;

E te chama, palavras ansiosas, já vertem, e tantos poemas diversos,

Talvez se percam, indiferença de olhares, tragam alguém pra perto...

Como saber? Resta o dia, chega ansioso, cantante como o sabiá,

Resta a distância encurtada em gentilezas, poemas e café na mesa;

Resta esperança passando manteiga no pão, ouvindo quem troveja,

É nuvem que nem dormiu, parecia nervosa, a brilhante princesa...

Distante, olhava o dia que dormia, e a noite passou quieta, calma,

Mas agora já é tarde, pardais barulhentos acordaram, e cantam;

Estridentes no cedro do jardim, ai de mim, já é dia, minha alma,

Não é mais hora de dormir, volte para casa, teus passeios me cansam...

Mas tudo bem, fui junto contigo também, pena que te acordei,

Foram os pássaros os culpados, foram eles, tão traquinos;

Despertaram meus olhos, e em asas aquecidas, já voei,

E libertei as palavras, meus versos e verbos, meus desatinos.