E se Ser

E se ser poesia fosse belo como

Alguém que serena os quatro

Elementos do mundo nascente,

Enquanto a luz do sol beija

Em silêncio toda a beleza melancólica

Dum escrito que boceja madrugada

Adentro pedindo mais um motivo

Para mais um café seguido dum cigarro?

E se ser poesia fosse deixar

Mil motivos vagos para que os

Olhos de quem lê enchessem

Um terço ou um quarto de qualquer coisa,

Mesmo cheirando nicotina

Misturada aos motivos da ardência

Dos olhos para esses seres faiscantes,

Pelo menos uma vez na claridade

Do que entenderam, dissessem: Que merda!

E se ser poesia fosse ver descer

Sobre a terra das amplidões do

Universo infinito, uma única inspiração

Toda convincente ao ponto de

Fazer qualquer mortal soltar

O sal dos olhos seguros e chorar

Todas as vírgulas que ele mal sabe

Usar para deixá-lo convencido

De que encontrou um erro?

Daí sim, sei lá, talvez,

Ele possa admirar a existência

Dum elemento alfabético

O qual cobre toda uma folha!

Pergentino Júnior
Enviado por Pergentino Júnior em 15/12/2015
Código do texto: T5481462
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